quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Nali


Anda tronchinho a pequena Amaranda, seus sapatinhos pisando nas pedras molhadas do caminho do parque. Vai pensando na cara do Paulinho quando vir o presente que ela tá levando pra ele. Ainda mais com a fitinha que ela mesma desenhou todinha com corujas, animal preferido de ambos. Paulinho, Babucho como ela chama, é daqueles amigos, às vezes até gêmeos, que os adultos insistem em gozar da cara e perguntar coisas idiotas pra criança, com cara de deboche, ou fazer cara feia se ela fala sobre ele, mas que é um amigo tão amigo que as outras crianças parecem sem graça perto dele. Por sorte o tio Val se dá muito bem com ele, e como é o tio quem manda na casa hoje, deixou ela ir ao parque brincar com o Babucho.

Amaranda pensa numa coisa, que ela tinha deixado de lado por medo do significado, mas que agora toma sua cabeçinha pintando tudo com umas cores estranhas. Tia Célia, esposa de tio Val, disse, num dia em que ela contava sobre uma brincadeira que o Paulinho inventou: “Esse seu amigo, o Babucho, ele é bem legal né? Quantos anos ele tem?” Amaranda não soube responder essa pergunta, sempre achou que ele era do mesmo tamanho que ela. “Sabe Amarandinha, um dia você vai conhecer uma amiguinha de verdade, que outras crianças também vão poder conhecer e que você vai poder visitar e até dormir na casa dela.”. “Eu já tenho um amigo de verdade.” foi o que ela respondeu à tia. Mas agora ela pensa sobre isso. Resolve falar com o Paulinho.

– Babucho, quantos anos você tem?

– Ué Nali, que pergunta é essa? O mesmo que você! – Como ela pensava.

– Ah, tá. Babucho... – Ela não consegue mais pensar no porquê de fazer alguma pergunta.

– O que foi? – Ele já está com uma sobrancelha levantada.

– Hã, olha, trouxe um presente pra você!

Ela entrega o embrulhinho enquanto ele levanta a outra sobrancelha, acompanhando a primeira, já fazendo “cara de ‘brigado!!’”. Eles desamarram o pacote, ele dando uma risadinha alegre olhando a fita desenhada. Quem olhasse de fora ia ver uma menininha esquisita, fazendo uma mímica com as mãos, sorrindo sozinha e em seguida abraçando o ar. Dentro do embrulho brilhavam duas pedras, uma lilás e outra azul, com pequenos desenhos se mexendo por dentro em que, vez por outra, apareciam eles mesmos, mais velhos, mais novos, ou como eles são mesmo, as crianças mais felizes que devem existir e que conhecem cores tão coloridas que as outras cores parecem sem graça perto delas.

2 comentários:

  1. Vc postou esse! *Olhinhos muito muito muito brilhantes e pezinhos malcriados saltitantes*

    P.S.: Isso me lembrou uma coisa e antes q eu esqueça de contar: Ninguém recorda nd sobre Bia*. depois de saber disso n ousei perguntar sobre a Ângela - e a propósito eu n tenho certeza se o nome de Ângela era/é Ângela mas aparece escrito assim no meu cabeção. Eu só sei q ela gostava de branco.Acho q n tinha mencionado isso.
    É intrigante n lembrarem dela pq eu lembro de muita coisa - o q tbm é intrigante já q eu era criança criança.tbm n acho fotos..tem fotos dum monte de gente q eu conheci qndo pqna, mas dela n!!eu n sei se entendo.

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  2. Só sei q n criei. Não dá pra ter criado!!isso me lembra alguma parte dakele livro "esquisitologia" q c deu pr'eu ler, qndo diz q alguém pode te convencer de algo que vc nunca fez, mas eu tbm n lembro de ter conversado sobre uma garotinha de circo com ninguém!!e eu n terminei de ler o livro pq me abusei com umas coisas q ele fala, nada específico só q tem hora q ele é mto cético, apesar de ter coisa legal tbm,eu só num tive paciência..

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