sexta-feira, 11 de junho de 2010

Deuil

Enquanto jardins
floriam
Pessoas eram
mortas
E outras eram
frias
Enquanto amores
nasciam
Pessoas eram
tragadas
E outras eram
Vazias

Ao besourinho amigo

Tonico, em seu casco preto, pequetinho e rotaroto, correu entre pés cegos e, mui veloz e agilidoso, contornou fendas e buracos de pregos.
Mas sua sorte, oh sina de cão!* que sombra lhe apresentou! Em dado momento, duvidou a direção e um sapato o esmagou!
Ele esticou as patinhas, em seus últimos instantes, deu um breve gemido e, já escuro, caiu combalido, dando adeus a seu casquinho errante.
Oh Tonico! Que eras tu então,       
Se não mais um perdido                    
Das almas que neste mundo vão?


(*Pardon cachorros e outros lupinos, é apenas força de expressão)

Dona Zuleide já foi jovem.                                                   E ainda o é.
Dona Zuleide já foi Zuzu.                                                     E ainda o é.
Dona Zuleide já foi filha.                                                      E ainda o é.
Dona Zuleide já foi banguela.                                    E, bom, ainda o é.

Pardon, Leminski

Todo diário falha

um diamesâno
igualha
Em uma brisa verde, em alguma recanto entre os olhos, vi passar uma Borboleta, branca como o infinito, serena e dança como um século-segundo. E ela passou em silêncio.
    E se(u) branco voo silêncio tudo (alu)disse..
Minha pedra
Cá dentro rola
Pedregulho de nada
Sozinho amola
A pedrinha ninha
Tanto mais rola
Mais falta
Velha e sozinha

16:00

Foi a hora de te deixar. Aquela hora e nenhuma outra.

Há uma falha nisso. O tempo não para por mim.


16:01
Mudei de idéia.