quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Você sabe onde está. Tornou-se forte através dos erros. Não teme, não duvida ou titubeia.


Vê em si mesmo o futuro e, neste futuro, todas as grandes coisas da vida.



O congratulo, estás pronto. Tens tudo que falta ao bom mortal de para cá da linha.




E eu, que tanto amo e quero amar, que tanto repudio o amor e sua fraqueza...




Eu que quero o manjar do mundo inteiro, apenas para resguardar-me de toda a gula e engolimento do que não sei digerir...




Eu que me suspendo alternativamente na fragilidade do corpo e sonho por todas as aventuras da realidade num sono eterno, e, por fim, canso-me da imobilidade de todas as situações...




Eu que quero expurgar a umidade de meu peito num grito, enquanto calo fundo o paralelismo de todas as palavras feitas...




Eu hei de passar por este mundo como quem carrega o lastro infinito do não saber.




Eu hei de procurar pela infinidade todo o saber para atravessar a linha.




Eu nunca realmente saberei.

domingo, 13 de dezembro de 2015



No fim das contas, sempre se percebe, naquele momento de êxtase, no meio do nada.
No fim da corrida ela sabia que a escolha era toda dela. Seguir ou estar. Correr ou voltar. O caminho honrável é o do meio, mas ela sempre acabava escolhendo o da esquerda, ou direita, ou mais esquerda ainda, ao que parecia. A carteira de motorista, só deuses sabem como.
Nos raros momentos de alegria ou outra coisa mais escura, tudo que não virava questão capital na metafísica de seus olhos, transmutava-se numa névoa movediça de cantilenas amadurecidas sobre o passado, já que se encontrava numa área kantiana da existência.
Tudo era quase certo até acontecer.
À você que espera, bonne chance. À mim só resta estar no meu ponto habitual, onde ela me encontrará, e beijará. Promessas serão feitas, mas nunca desculpas.
Eu sei que, naquela névoa - entre luz e sombra - ela, sem dizer: "você sabia".


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Someday a car stopped in front of my house, when I looked again it was just wind. And from it got out this lady person with a red dress and the eyes of the future, and she said to me "Don't you worry, I'm always coming", and she caressed my cheek so I'd know that there's no need for crying for or being afraid of her. At the back seat that wasn't there was her sister, with a different dress, a blue one, and sometimes she seemed prettier but they looked almost the same. Then the lady left, leaving me with nothing more than a smell of rain at my nose and a kind of sense of purple.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Dying seagull phoenix.

  I have never said no when you started saying yes to me. 
  Now I deny you. 
         I deny your share of me, your voice that claim and your lack of reason. 
  I refuse you the future.

  The power of the flesh chases me to the corners of oblivion. 
   Who's the one who must know when the restless silence will bring peace?
I long for smothering you in dust.

  While this breath surronds my neckuntil my heart is my own, I shall dry you to death.

   But, I must say, if you succeed to rise up to a meaningfull state of life,

    Only come for me if the certain is I can sail the seafaring happines
of a life with meaning.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015



Na ânsia de saber a vida,
me banho em café e fumo meus dedos,
até ver o beco sem saída
no labirinto eterno de certezas e medos.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Sede vermelha


Um deserto na língua - e as grandes mordidas do que não quero comer - compromete o gosto de cada passo nos sapatos que ainda não usei. 
Alguma coisa dentro da minha camiseta troca de lugar quando já pensava que os outros são só os outros, me dou conta das falhas do tecido. 
Cada botão no escudo já foi aberto, e fechado, e aberto, piscando o cinza tão aparente do que silencia - logo mais acinzentarão também minhas pernas. 
E com pouca força de voo, caem descompassadamente os sons que esqueço de pensar - no espaço entre minhas orelhas desiguais - incapazes de envolverem, se emaranham nos meus tornozelos. 
Por isso precisei daquele chapéu vermelho, e toda sua suculenta cor de desejo. Que ele, corrigindo a mitologia por vezes carente de fé de minha gargantilha, pusesse sobre minhas pupilas o calor da pele que faz o próprio mundo girar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Sarau Dama da Noite

A vida é feita de esquecimentos e desilusões, já diria alguma parte fumante de mim.
Eu olho pro lado e penso, ela me vê viver desregradamente dentro da minha cabeça, e nunca diz nada até que o circo tenha se reduzido à cinzas.
Me coloco uma jaqueta pra enfrentar as cifras da noite, e agradeço a mim pelo abrigo. Recuso a dose de nublificante e penso em responder.
Cada vez tuas pernas tão mais fortes, tem de ser. Vais te esquecer disso, certeza. Mas, até lá, respira, olha pra cima. Tem alguém lá.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Deepland



In the realm of sound 
Through the hallow bricks road 
At night 

We shall reach 
The king tree of heartbeat 
And sigh 

Count to three 
Take a deep breath of the stars 
Do jump 

When everything you hear is extasy the existence and rest cease to be. 
Just the hear. Hear. Heart. Beat. 


*** 


No reino dos sons 
Pela estrada de tijolos sagrados 
À noite 

Devemos alcançar
A batida no coração da árvore rainha 
E inspirar

Conte até três
Tome fôlego nas estrelas 
E pule 

Quando tudo que se ouvir for êxtase a existência e seu resto deixam de ser. 
Só teu peito. Corta. Som. Coração.