domingo, 13 de dezembro de 2015



No fim das contas, sempre se percebe, naquele momento de êxtase, no meio do nada.
No fim da corrida ela sabia que a escolha era toda dela. Seguir ou estar. Correr ou voltar. O caminho honrável é o do meio, mas ela sempre acabava escolhendo o da esquerda, ou direita, ou mais esquerda ainda, ao que parecia. A carteira de motorista, só deuses sabem como.
Nos raros momentos de alegria ou outra coisa mais escura, tudo que não virava questão capital na metafísica de seus olhos, transmutava-se numa névoa movediça de cantilenas amadurecidas sobre o passado, já que se encontrava numa área kantiana da existência.
Tudo era quase certo até acontecer.
À você que espera, bonne chance. À mim só resta estar no meu ponto habitual, onde ela me encontrará, e beijará. Promessas serão feitas, mas nunca desculpas.
Eu sei que, naquela névoa - entre luz e sombra - ela, sem dizer: "você sabia".


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