segunda-feira, 26 de abril de 2010

COMUNICADO:

Comunico a todos (Maria Williane e meia dúzia de gato pingado), por meio desta, o encerramento deste blog, previsto para data não tão próxima.
Dona do blog.

Tic

O tempo-lembro-te,
Assíduo visitador das horas,
Faz correrem arrepios
Nas costas de nós senhoras
Lembrando-nos sempre
Que todos vamos embora

Espantalho


De que adiantam os lápis
Se o próprio cérebro é falho
Se morro de coragens e medo
Se o sozinho é o triste e o triste é talho
Se tudo falho e tudo borro
Se borro a vida de que valho
Se gasto tudo e tudo atraio
Eu, cada vez mais,
Espantalho

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Brisa

As pobres senhoras castas, miram o terço. Mas vingam o vinho, dançam na chuva, sem sapatos, e podem sorrir com sinceridade, em seus sonhos de buracos de agulha.

Dialogue

  - They say that has always a blue sky behind the dark clouds... Beautifull, don't you think?
  - Well, I prefer the clouds... What? What can I do? Too blue skies blind me.

About Bees

According to all know laws of aviation, there is no way that a bee should be able to fly.
Its wings are too small to get its fat little body of the ground.
The bee, of course, flies anyway.
Because bees don't care what humans think is impossible.


De acordo com as leis da aviação, uma abelha não deveria voar de maneira alguma.
Suas asas são pequenas demais para levantar seu corpo gordinho do chão.
Mas a abelha, é claro, voa assim mesmo.
Porque as abelhas não dão a mínima para o que os humanos acham impossível.

(Extraído de "Bee Movie")

quarta-feira, 14 de abril de 2010


Entre uma borboleta
e um pirilampo
(Libélula)



Eu tenho flores nas mãos
Eu pinto flores nos versos
Corro léguas numa estrofe
Entre incertos passos certos

Furta-cor são os meus verbos
Negros... Brancos... Esmeros!
Jogo sementes na terra
Florescem nas luzes da aurora

Curvada sobre o papel
Transcrevo em trechos e prosa
O cantarolar dos sonhos
D'uma meninice formosa

Cobrindo de suor minha testa
Forrando de tinta as minhas mãos
Perder-me-ei no passear da vida sobre a janela

Andarilhos voadores inspiram o gentil poetar
Escuto o conto das histórias pela sombra das árvores
Tento brincar com o lápis e o papel

A brisa então parece virar vento
O vento se espreguiça...
Quero transcorrer o sorriso das montanhas e o cintilar das estrelas

Quero ter a doçura da ninfa
E as asas que ela ganha ao crescer

Mas, porquanto, espero
Num calmo sorriso
Enquanto o sinal está vermelho
E um senhor cochila ao mirar seu próprio umbigo
                        [(em plena rua principal!)


Já não trago mais flores nas mãos...
            Guardei todas nos bolsos!


Geibson Emanuel
Raíssa Guedes
Maria Williane

About Boddah

Boddah is the vibration of my bass. Boddah never found the sun, the good sun, but he was sad because this. The life to him is a miracle, a sweet miracle that he wishes to keep. He is a lonely boy in his world, he’s just a pure young man… and he’s fool, very, very fool, because Boddah… well… he never learned how to make a kite or his own balloon and he never learned how to say goodbye for me… Do you know? I hate Boddah! But I love him, so much. Boddah doesn’t cry in my mind, he ever, ever, ever, ever, make me smiles, make me to live. Maybe he doesn’t really exist. Maybe he exists for me. My Boddah! And I… I’m him little shine or, sometimes, I’m him little blue, even if he doesn’t agree.


G.B.

NOTA:


O amor tem muito mais a ver com trens do que com rosas.

 
 
Ando solitariamente nos vãos de casa e, ainda que faça muitos séculos, escuto teus sussurros simultâneos...

Uhuuhuu...
Shhhhhh...

E todos se calam, as estantes, as cadeiras, os tapetes, as frutas e a mocinha nos quadros. Só o tempo rui e tiquetaqueia dentro da caixa do relógio.

***

       O mesmo tempo que tomei por domado há muitos invernos atrás e que, agora, se mostra um corcel bruto e selvagem diante de mim. As paredes são testemunhas de que mal posso me cuidar e por isso, num tombo ou n’outro, elas me servem de apoio para que eu possa chegar a meu destino. Dou conta de minha incompetência diária enquanto sou consciente dela, mas aqui não há mais do que coisas frias por mim.

       O dia é suportável, já foi melhor, todos sabem, de qualquer forma ainda estou bem enquanto há luz natural invadindo minhas velhas janelas, mas quando o céu começa a enrubescer, anunciando a chegada da escuridão noturna, o frio percorre minha espinha o medo invade meus olhos e eu não sei mais onde é seguro. Na verdade eu nunca soube, não é?

       Foste-me inútil em tudo o que era bom, se queres saber, e não servistes nem a si próprio, para o mal que um dia foi teu desejo. Teu veneno apenas feriu meu corpo, mas te corroeu por completo, e eu, ainda que louca, tenho algo que valha a pena: meu passado. Tudo que veio antes de tua imundice, e se me permito, ainda poderei ter sonhos, não hoje, não agora, mas sei que um dia. No entanto tu, desde a infância eras um porco pútrido, que hoje sei e que teus genitores sempre souberam e até que foram precavidos ao se livrarem do teu peso. Nem semente aproveitável de ti saiu e o primeiro a ser morto por tua criatura monstruosa foi tu mesmo.

       És um infame. Sempre foste. Estou morta desde a primeira vez que fitei-te nos olhos.



By Señora Dias,
entre outros

Red Dress

I dance around the demons
Feeling the fire flames on my feet
Red ribbons in the illusion seasons
The masked ball always being the same
                                                  
The fiend’s guffaws framing the fear
I spin round in the burning dance
The nightmare’s furnace
With my inside out turned eyes closed
                                                  
Discover insanities out of a madhouse’s space
Deceive the goodness and to be just soul
Deceive the evil and to be between the souls
My own madness in my exhilarated face

Windfell

To feel lonely is to... swim in dark... is to want from heart something touches your chest, something that holds you when you have just your legs to hold.
And something that makes you don’t forget the heat of your own body… something that makes you remember your little life drop… your golden wings. (or not)

By Mrs. Yea and Mrs. Nay

domingo, 11 de abril de 2010

Miss... Ani


Ani... Carolina                      
Metamorfoseou nas cores        
Numa transfiguração lírica      
Entre carne, espírito e Tempo 
Ampliou os sentidos               
E navegou no verso                
Como quem ama                    
Sentiu...                              
Gritou...                              
Clamou...                             
Dê-me o espírito das palavras   
Da Ani(mação)                       
Do eu como pessoa                
De pessoa como eu...            
                                                     
02-abr-09/Cidade das Estrelas
Edy Ruan e Doutor X             


sábado, 3 de abril de 2010

Marie

Marie subiu as escadas da porta de trás da casa dos Maguinne, pensando. Havia encontrado com Marde no caminho de volta, e este lhe dissera bom dia, mas um bom dia muito cordial e severo, tão frio que seus dentes quase bateram ao ouvi-lo, algo incrivelmente estranho ao jeito daquele moço tão descontraído e brincalhão que era o seu amigo. Porém Marde também costuma mudar de humor com muita facilidade, era muito sensível.
No vendeiro, enquanto comprava o que lhe pedira a madame, escutou a conversa entre umas senhoras e senhoritas.
– Estão sabendo da novidade?
– Que Margarida Desley foi posta pra fora de casa? Uma tragédia!
– Também, aquela despudorada, estava conversando a sós com o filho do marceneiro.
– Mas me diga, como é que sabem, se estavam só os dois
– Não, não, essa já é antiga. Estou falando da visita do Duque de Mountarkent ao palácio.
– O Magno?
– Sim, ele mesmo! Dizem que virá com todo seu cortejo de homens do Rei de Mountarkent.
– Fala-se que o homem é tão santificado que, quando ele passa, tilintam e caem sobre os ladrilhos brilhantes moedas de ouro.
– Ora! Moedas de ouro?
– Sim, e por onde ele pisa ficam pétalas e leves plumas.
– Ohh!
Marie assustou-se com aquela história. Será mesmo que existia um ser humano tão extraordinário? Imagine só, moedas rolando e plumas coloridas flutuando! Era coisa difícil de se acreditar. Mas a cabecinha inocente de Marie chegou a imaginá-lo mesmo, quase como uma criança. Se bem que pouco diferiam, ela e as crianças de sagacidade mediana, nesse aspecto.
E foi sobre esse duque que falou com a filha de Dorothy, uma das empregadas dos Maguinne, sua pequena amiga Diana.
Diana pensava ser muito pouco provável ou bonita essa estória, não que ela mesma não fosse romântica, mas achava terrível como as outras senhoras, e Marie também, eram ridiculamente crédulas.
A chegada do duque provou como Diana estava mais perto da verdade. O Magno veio com um grande e suntuoso cortejo, homens e cavalos com plumosos adornos e, à sua passagem, alguns de seus homens lançavam moedas para mostrar ao povo como não precisavam delas em absoluto, ou como caridade talvez, e passada a caravana o que restava no chão eram apenas as plumas das ricas vestimentas.