sexta-feira, 4 de novembro de 2011


A borboleta está morta. Tudo é uma série de coisas impulsivas e sentimentais, fortes, fora de série, como o fogo. Então vem as palavras e tudo passa a ser palavras. Que danem-se todas essas correntes inúteis que me fazem ouvir, que me prendem as mãos, que me toldam as asas. Quero matar a borboleta, com seu voo frágil. Quero virar um monstro, quero arfar e correr, quero ser a besta que vai correr pela noite, o mostro que tem olhos. Varar o céu num único voo que te deixará surdo. Quero ser toda a escuridão, toda em um só movimento. Gritar e matar, me matar e não morrer. Quero ser minha voracidade, onde até o medo vira vento.
Animais não tem nome. Animais não falam.

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