segunda-feira, 8 de março de 2010

Cartas para Geraldine Lespar VII


Essas palavras pesaram quase como se fossem destinadas a mim. Quem será Geraldine? E S. B.? Quem quer que sejam, algo se passa; por que essas cartas vieram parar aqui, e essa pessoa, S. B., ela continuará mandando cartas as quais não recebe resposta? Essa carta que abri continha uma quantidade razoável de poeira e desgasto, o desgasto das coisas muito tempo paradas. Mas não era, acho eu, das mais velhas. Agora, não acho tanto que fiz mal em abri-la, de certo modo porque talvez seu destinatário nunca a receba, e de certo modo porque é como se não parecesse mais algo que eu não deva fazer. Familiaridade, talvez?

      Passei ainda algumas horas, quase a fio, pensando no conteúdo da carta. É, talvez, desnecessário dizer isso, e também que senti, logo, uma aflição crescente por abrir outra. Uma próxima revelação, uma nova peça, que se uniria à primeira. Mas não fiz isso, não imediatamente.

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