domingo, 4 de dezembro de 2011



Aquele beijo que você me deu. Sim, aquilo ainda arde em mim, mais do que meu disapontamento, sinto dizer. Seu cabelo curto nas minhas mãos, sua nuca me lembrando a curva do braço do violão. Seus olhos pintados serpenteiam ainda, evidentemente, zumbindo de um ouvido a outro em mim. O primeiro a sumir foi seu adeus. Você e sua sombra tornando-se vagamente um.
E quando você foi eu lembrei de tudo. Seu tempo difuso me fez esquecer, esqueci da alma do cheiro, da flor do hálito, da atenção, a felicidade focada em um sorriso. Voltei a te seguir, ainda que só por esse tempo.
Sim, sumiu seu adeus, você sumiu. No lugar ficou uma você de fotografias, e a última é de suas costas. Minha chuva.

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