domingo, 21 de abril de 2013

Devo calar-me. Devo calar também minha mente surda. Começar a vida que não tenho.
Vejo tudo, Luiza. Vejo a grade, vejo o perfume daquele a quem magoei.
Vejo o que não sou. Vejo a energia que me queima as mãos, me rói o estômago, me dá náuseas e estática nos olhos. Vejo o amigo, vejo o estranho, vejo o amigo estranho, as ruínas.
Assim como destruí as flores um dia, destruí o som, o passo. Assim mesmo sequei novamente a flor, os sons, as pedras. Os passos no entanto continuam, martelo no oco do mundo. Para canto nenhum onde vão todas as coisas essas.
Vejo, Luiza
vejo que esse mundo me cegou.

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