sábado, 8 de setembro de 2012

Uma forma oscila de mim. Meu demônio tem forma feminina. Bem diante de meus olhos, sua cor turva transcende o resto, minhas mãos tocam suas formas. Tão certo sua natureza ser a minha quanto minha natureza ser a sua, certo como devemos ser feitos do mesmo movimento, assim certo, como deveria eu repudiar tal saimento? E, no entanto, como deveria acolhê-lo? Esta forma, de toque frio e vaguear certeiro, através da qual vejo o mundo das cinzas, sorri quando a olho de frente, e sorri quando quero que minha respiração não a toque. Devo eu, verdadeiramente, não merecê-la, quando, enfim, somos dois fantasmas, juntos?
Por que rezo, se muitas vezes não sei para quem estou a rezar?

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