terça-feira, 3 de julho de 2012

Olhos

E ali Aira chorou. Chorou pra caralho. Como o céu todo chorasse, sua dor e liberdade a contagiaram. Ela chorou como nunca fazia, especialmente tão próxima da sua dor, que sorria junto com ela sem, claramente, perceber. A dor dela havia tempos tinha passado da agonia de roupas pequenas. Ali, naquele dia, a lua dentro dela gritava, com ganas de enlouquecer a realidade, mas Aira sorria. E nadando no aguaceiro que caía do céu, seus próprios olhos afogando, Aira ainda sorria, porque sua dor, tão linda, estava feliz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário