quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Portratos

E se veria meu rosto por entre o relevo das tuas meias. Minha noite, meus olhos e meu esmalte vermelho. A rainha, a rainha quando está nua não aponta a tolice de ninguém, rainha ainda é rainha quando perdida entre os servos. Se veria meus olhos.

Eu a vi. Numa cama prateada de cobertores negros. A bela, a bela era branca como a luz da lua. Ela repousava, fascinei-me Luiz!, repousava em seu leito com os cabelos soltos, parecia feliz a minha dama. Mas então seu leito flutuou para longe, levou minha bela dama.

Me deixe repousar a cabeça aqui. Nem precisa parar, nem fazer qualquer coisa. Só quero apoiar a cabeça aqui um pouco, o que pesa nela, não se importe. Eu só quero... só quero fingir um instante que não sou tão só.

Sou aquele fantasma branco no teu quarto. Aquela memória vaga esperando pra ser lembrada. O feixe de luz que escapa da brecha, mas morre embaixo da cama. Sabe de mim o que imagina. Sou teu. Teu fantasma.

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