domingo, 11 de setembro de 2011

Preparavam-se às pressas, em pares, saindo da superfície coberta de neve, subindo em locais altos, árvores, não confiavam suficientes os muros e portas para os protejerem da matilha de poderosos lobos. Souberam, eram tempos difíceis, que alguma coisa estava para acontecer. Passariam, talvez, dias montados nos postos, alguns alcançavam ainda folhas, coisas que pudessem usar. Porém, mais tarde, aquele grupo, no chão, cercados, ouviam apenas. Nada havia acontecido. Mas escutavam atentos, tensos, discutiam pausadamente, sentindo no ar, sua habilidade experiente de povo que sobrevive. Um uivo. Logo depois outro, diferente. Ambos estranhos, fortes, denunciando uma proximidade não existente. Calaram-se, depois, tentaram, confusos, decidir o que significavam. Mas ela, ela disse.
Um foi de macho, o outro de uma fêmea. Ela sofreu. Ele agora sofre, ela era a vida para ele, sua luz.
Não se sabe se nasceu.

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