terça-feira, 21 de setembro de 2010

HOUSE

Velha casa. Pinheiro antigo e escuro inclinado à esquerda no estreito jardim, à sua frente o muro e o portão de grade, atrás a fachada da casa. Lixo e mato. Casa marrom, bege, escura e suja. Janelas embaçadas e quebradas. A porta emperra nas pedras do chão. Entra na casa. Sem lâmpadas, sem móveis. O mato cresce também por dentro, quebrando o chão. Paredes manchadas e mofadas. Não fosse o resto de luz do dia, não se enxergaria nada. Ruídos pelas paredes. Duas portas velhas, sem maçanetas, com a madeira e a tinta saltando em lascas marrons. Vai até uma. A dobradiça de cima quebra, a porta se inclina. Abre. Dentro, uma cama de metal muito enferrujado com um colchão fino e rasgado e penas em cima; um banco de madeira liso e roído; bolo de aranhas no canto da parede; uma pia pequena; embaixo, flores pequenas e amarelas num tufo de mato mais alto. Vai até a janela. O quintal, igual ao jardim, mas com uma mesa e três cadeiras de metal brancas, cobertas de mato, fixas em cima de uma área de blocos de pedras quebradas. Lagartos, aranhas e caramujos por toda parte. Volta. Sai do quarto. Abre a outra porta. Vazio, exceto por um resto de colchão no canto da parede com três gatos em cima. Uma porta semelhante. Abre-a. Uma pia rachada; canos quebrados e vazios saindo da parede e uma banheira de quatro pés. Dentro, um filhote de gato imóvel e uma peça de roupa velha. Um pedaço grande de espelho na parede. Vai até ele. Apenas as paredes.

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