domingo, 24 de junho de 2012

Noite

Levanto os dedos miudamente tomando posse. Um por um, com uma força sonolenta, tento levantá-los do meu peito. Minha mão também é posse e toque. Os dedos que prendem meus dedos, prendem meu coração, apertam, cingem lentamente o precipitar avulso da agonia. Levanto um dedo após outro, fragilmente, para depois, um a um, agruparem-se de novo em mim, no meu rosto contraído, no meu interior, nas minhas lágrimas secas, nos meus dedos.

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