domingo, 3 de fevereiro de 2013

Não quero mais tua boca.
De ventos fiz meu ar, em desespero, enquanto teu casulo me afoga no calor estático das coisas não ditas.
Havia feito, tempos atrás, tua boca minha sede, tua boca limpa, sorridente e teus olhos. Bebo agora meu ácido lúdico de silêncio e chuva. Bebo meu peito amargo em copo cheio e tragadas fortes. Bebo a lucidez transversa das cópias, em lógica renegada e necessária. E você, merlô e copo, esfumaça da minha vista, amarga e minha boca, em frio, em apego de fios de corda. A consideração falha em resposta ou conceito, da teoria gasta, quanto mais repulsivo melhor o vinho.
Não quero mais tua boca.

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